quinta-feira, 3 de abril de 2008

O futebol, a sociedade e o Luís Fabiano

Esse Luís Fabiano é um cara engraçado. Além de um dos maiores artilheiros da história do São Paulo, com 118 gols, é o atual goleador do campeonato espanhol, com 22, e, até semana passada, era o camisa 9 da seleção brasileira.

Em dez dias, porém, conseguiu dar três declarações que demonstram uma certa ingenuidade e boa dose de ignorância. Já discuti com muita gente por aí e continuo com minha opinião: jogador tem que ser esperto, inteligente, antenado. Os que não são, exceto se forem realmente geniais, acabam ficando pra trás.

Pois o Luís Fabiano disse, antes do jogo contra a Suécia, que não conhecia nenhum jogador campeão mundial em 1958; revelou, em entrevista à Placar desse mês, que não dá bola para as tradições e costumes dos lugares onde vive; e, à mesma revista, garantiu em tom meio insolente que no Brasil jogaria até quase 40 anos porque aqui os marcadores andam em campo.

Fora o absurdo óbvio de um centroavante da seleção não conhecer caras como Pelé e Garrincha, ele realmente acredita que os zagueiros do Levante são mais casca-grossa que os do Grêmio ou do Palmeiras. Nada mais natural pra quem não se interessa pela cultura dos países em que vive.

O futebol reflete, como poucas atividades, os hábitos dos povos. Caso se interessasse por questões como essa, o Luís Fabiano saberia que os zagueiros espanhóis, por mais que sejam europeus, são mais molengas que pudim.

E você, o que acha? Jogador de futebol tem ou não que ser antenado dentro e fora de campo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Se tivesse a cabeça no lugar, O Lufa não passaria em branco em todos os grandes jogos que disputou pelo São Paulo! Toda vez que o time chegava na hora decisiva, ele, infelizmente, sumia em campo e só aparecia na hora da briga e da confusão... um meio pipoqueiro, eu diria!
Mas, talvez, cabeça no lugar não chegue a fazer tanta diferença assim. O Luís Fabiano sabe fazer gols como ninguém... e cabeça fora do eixo o Chulapa também tinha e deu no que deu!

Abração e sorte em Sampa, Euclides!