sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Copa pra inglês ver


Teixeirão voltou a afirmar que a Copa 2014 vai ser organizada por uma entidade privada e não vai usar um pingo de dinheiro público. Então tá. Mas uma coisa continua me intrigando. Afinal, a Fifa e a CBF tem alguma preocupação em transformar a Copa num evento potencialmente transformador para o país sede? Estão preocupadas com o aumento da segurança, a melhoria de infra-estrutura e do atendimento médico? Ou querem apenas que as seleções e os turistas consigam chegar e sair dos estádios e que os convidados e atletas tenham segurança e acesso a hospitais de qualidade?

No relatório de inspeção das cidades candidatas a sede do mundial elaborado pelos observadores da Fifa, o quesito “hospitais” é intrigante. A Fifa afirma que as cidades avaliadas têm extensa rede de hospitais. E o Havelange, no último e ótimo Dossiê Sportv, se apressou em explicar que a avaliação da entidade leva em conta apenas leitos para atender atletas e delegações. Torcedores e populares em geral que enfrentem filas no serviço público. Em 2005, o Brasil tinha 2,4 leitos hospitalares para cada mil habitantes, de acordo com o IBGE. O Ministério da Saúde recomenda 2,5 a 3.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Torcida pode encher o bolso


Milhares de torcedores do Flamengo passaram a madrugada passada na fila para garantir ingressos para o último jogo do time no Maraca nessa reta final de campeonato brasileiro. Se todas as entradas forem vendidas, os rubro-negros podem quebrar o recorde de público que já é deles. A verdade é que o efeito suspensivo que o Flamengo conseguiu com o STJD para enfrentar o Atlético Paranaense com portões abertos foi uma grande mão na roda para os cariocas, mas dará um colorido a mais a essa reta final de campeonato.

O clube já tem a maior média de público do Brasileirão, com 38.889 espectadores por jogo, e certamente aumentará esse número. Quando analisamos apenas as últimas cinco partidas que o Flamengo jogou em casa, a média é impressionante: 65 mil torcedores por partida. Caso o clube consiga a vaga para a Libertadores – o que ficou mais fácil depois da forcinha do STJD – essa média pode, quem sabe, se manter para o ano que vem.

Uma pergunta, portanto, é inevitável. Como um clube com essa torcida não consegue se organizar dentro e fora de campo? Mesmo na Europa, onde os clubes fazem contratos milionários com a mídia e com os patrocinadores, muitos têm a bilheteria dos jogos como principal fonte de receita.

Um bom exemplo é o Manchester United, clube que teve na temporada passada média muito parecida com a que o Flamengo conseguiu nos últimos jogos. Com 68 mil torcedores por jogo, o Manchester arrecadou R$ 255 milhões apenas em bilheteria – 42% da receita total, acima do conseguido com direitos de transmissão e acordos comerciais.

Claro que o preço do ingresso no Brasil é bem diferente do cobrado na liga inglesa, mas a comparação já dá uma idéia de que, com um time minimamente organizado e oferecendo segurança e conforto para o torcedor – como o Flamengo conseguiu com a reforma do Maracanã e a recente onda de paz-e-amor nos estádios cariocas –, os clubes brasileiros podem faturar alto com bilheteria. Podem, assim, ficar menos dependentes dos acordos nem sempre benéficos com a televisão. E podem, por que não, segurar um pouquinho mais seus Lulinhas e Patos da vida.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Como na Colômbia, Seleção não quis vencer

Parece que os jogadores e a comissão técnica brasileira já perceberam que não precisam vencer todos os jogos para carimbar passagem à próxima Copa. Pouparam-se na Colômbia e puseram culpa na altitude. Agora, mesmo sem altitude, voltaram a passear em campo. Ronaldinho, mais uma vez, apenas tocou bola de lado para esperar o jogo acabar.

Dunga escalou o mesmo time dos outros jogos, mas segurou ainda mais os dois volantes à frente da área e recuou o Ronaldinho para armar as jogadas na intermediária de defesa. Quando precisou mudar o ritmo do jogo, não tinha ninguém no banco. Também, ele preferiu relacionar o Fernando entre os reservas e deixar o Batistão de fora. Aí, não tem Luís Fabiano que dê jeito.