quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ideli também está de olho na Copa 2014


No começo, todo mundo quer mostrar serviço. O Senado também avisou que vai ficar de olho nos primeiros passos da organização da Copa 2014. A Comissão de Educação aprovou requerimento da senadora catarinense Ideli Salvatti, líder do PT, convidando o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a dar explicações sobre o mundial.

Parece que Ideli não gostou do fato de Florianópolis ser reprovada na primeira avaliação da Fifa por causa do transporte público. Quem conhece a cidade, sabe que a Fifa tem toda a razão. Quem conhece outras cidades candidatas, porém, sabe que a situação não é muito diferente. E quem conhece a CBF tem tudo pra acreditar que serão questões políticas, e não de transporte, que vão deixar alguém de fora do mundial.

Enfim, a Ideli não gostou e o Teixeirão vai ter que se explicar. Além dela, outros parlamentares querem que o governo tenha poder de decisão na escolha das sedes. O presidente da CBF garante que o governo não vai poder dar pitaco porque a maior parte dos investimentos virão da iniciativa privada.

O curioso é que o projeto da candidatura de Floripa apresentado à Fifa prevê investimentos públicos de R$ 800 milhões e só R$ 150 milhões provenientes da iniciativa privada – principalmente para a reforma do estádio Orlando Scarpelli.
Nesse caso, Ideli talvez tenha razão em se intrometer.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

TCU de olho na Copa?

Uma semana após a escolha do Brasil como sede da Copa de 2014, o ministro do TCU, Aroldo Cedraz, já antecipou que o órgão vai criar um grupo de trabalho para acompanhar toda a organização do mundial.

O curioso é que o TCU já havia acompanhado a organização dos Jogos Pan-Americanos e apontou diversas irregularidades no fornecimento de materiais e na contratação de empresas, algumas delas de apadrinhados do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. O orçamento do Pan passou de 414 milhões de reais previstos para 3,7 bilhões. O TCU até determinou a suspensão dos contratos irregulares, mas a conta caiu mesmo no colo da União.

Agora, Aroldo promete acompanhar a organização desde o início para evitar surpresas ainda mais, digamos assim, surpreendentes. Será?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O oligarca do futebol

Sobre a tão celebrada Copa no Brasil, não deixem de ler a reportagem da Phydia de Athayde, na Carta Capital desta semana. Para pensar sobre o mundial para além das provocações do Lula, dos cabelos brancos do Teixeirão e do misticismo do Paulo Coelho.

O anúncio oficial da Fifa, que confirmou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, não foi surpresa. Até porque, graças a um acordo sul-americano, não havia outro concorrente. Ganhar uma disputa sem que haja concorrência é, no entanto, a menor das tortuosidades do processo que mantém o futebol, e também o País, sempre um passo atrás de suas potencialidades. Receber o Mundial de Futebol é uma honra e também uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico. Mas, ao mesmo tempo, é capaz de mascarar e aprofundar problemas administrativos, principalmente no que diz respeito ao trato com dinheiro público. Infelizmente, este risco é real.
Na íntegra, para os assinantes

Por que "mais que um jogo"?

Uma das frases mais verdadeiras de Nelson Rodrigues serviu de inspiração para esse blog. "Das coisas menos importantes da vida, o futebol é a mais importante delas". Quando disse essa frase, Nelson se referia aos aspectos do jogo, aos domingos no Maracanã, às grandes histórias vividas dentro e no entorno das quatro linhas. Como morreu em 1980, não viveu para ver a ascensão dos empresários, o futebol globalizado, os negócios multimilionários dos cartolas com a mídia e com os patrocinadores.

São esses aspectos alheios ao jogo que fazem com que o futebol seja, cada vez mais, "mais que um jogo". Esse blog vai falar de futebol, do onze contra onze, mas vai focar os bastidores, os dirigentes, os empresários, os patrocinadores. Afinal, faz tempo que o futebol deixou de ser aquele esporte romântico e imaculado - se é que algum dia o foi. Nem por isso perdeu sua beleza e deixou de ser o mais apaixonante dos jogos. Obrigado pela companhia e mãos à obra!