domingo, 20 de abril de 2008

Ótima entrevista do ex-jogador Romário

Vale a pena dar uma olhada na entrevista que Romário concedeu a oito jornalistas e comentaristas do canal Sportv. Em mais de uma hora de bate-papo, o agora oficialmente ex-jogador garante que Ricardo Teixeira exigiu sua convocação para o jogo contra o Uruguai, em 1993, afirmou que os jogadores estão cada vez mais programados e não falam o que têm vontade, e disse que ainda não sabe exatamente qual será sua função no comitê organizador da Copa 2014.

Abaixo, algumas das declarações do baixinho. Clique aqui para ver trechos da entrevista. Para assistir todo o programa, ligue no Sportv, hoje, às 21h10.

"O futebol mudou muito. Não só falta irreverência, como um monte de coisa. Os jogadores hoje são muito programados. Eles têm vontade de fazer ou falar alguma coisa e deixam de fazer por que são cercados por agentes, advogados, assessores de imprensa. E dentro de campo, aquele futebol alegre que eu sempre admirei, acabou."

"Eu só fui convocado para o jogo contra o Uruguai no Maracanã em 1993 porque o Ricardo Teixeira mandou me convocar."

"Eu queria parar cedo, aos 28, mas minha preocupação era não me arrastar em campo. Muitos acham que eu devia ter parado antes, mas ainda me sentia bem"

Meninas têm que ganhar dentro e fora de campo

A seleção feminina enfiou cinco gols na frágil equipe de Gana e garantiu vaga nas Olimpíadas pela quarta vez consecutiva. Mais do que nunca, vai pra ganhar. Cristiane, Marta e companhia dão espetáculo toda vez que entram em campo com a amarelinha.

O que é digno de indignação, mas que acabou passando despercebido, foram as declarações dadas pelas atletas na sexta-feira, um dia antes da partida decisiva. Afirmaram que encaravam o jogo como o mais importante de suas carreiras porque uma derrota poderia até decretar a morte do futebol feminino brasileiro. Não entraram em campo preocupadas em assegurar vaga em Pequim, mas em garantir seus empregos no Brasil e em abrir espaço para milhares de meninas que sonham um dia chegar à seleção.

Já passou da hora de a CBF se preocupar realmente com a modalidade. As jogadoras não podem entrar em campo com todo esse peso nas costas. Não é saudável que se sintam na responsabilidade de fazer gols para garantir o futuro do futebol feminino. Esse papel não cabe a elas. Ou pelo menos não deveria.