quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Brasileirão Casas Bahia


Essa eu tirei do ótimo site maquinadoesporte.com.br:
O marketing esportivo chegou ao Paraguai. A operadora de telefonia celular Tigo, do grupo Telecel, dará o nome aos torneios Apertura e Clausura do campeonato paraguaio. A iniciativa segue exemplos das ligas inglesa e italiana, que trazem o nome do patrocinador associado ao do torneio: Seria A Tim e Barclays Premier League. Com o acordo firmado pela Associação Paraguaia de Futebol, os campeões nacionais vão receber cerca de R$ 72 mil de premiação. Já imaginou um Brasileirão Casas Bahia ou um Brasileirão Fiat? É questão de tempo...

O empresário sempre leva a melhor

Acabou a novela envolvendo a renovação de contrato do goleiro Felipe, do Corinthians. É mais um episódio que mostra a força que os procuradores têm sobre seus atletas. E um show de desinformação. Primeiro: Felipe nunca quis sair do Corinthians, mesmo ganhando menos do que seu procurador, Bruno Paiva, achava que ele merecia. Segundo: a proposta de R$ 3 milhões do Fluminense, ao que parece, não passou de uma forma de Paiva pressionar a diretoria alvinegra. Sem uma proposta que cobrisse a multa rescisória, Felipe teria que baixar a cabeça e continuar no clube até 2011 recebendo seus R$ 30 mil por mês, como estabelecia o contrato. A tão falada proposta da Fluminense seria R$ 3 milhões – exatos 100 salários mensais do jogador, valor máximo permitido pela Lei Pelé. Mesmo assim, o Flu não levou. Certamente porque não quis. Palmas para Bruno Paiva.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Desempregados

E que tal a relação de jogadores sem contrato nesse final de ano? Dá pra montar um time de respeito, para brigar com os grandes. Claro que alguns se machucam muito, outros são irregulares, outros encrenqueiros – caso contrário estariam todos empregados. Mas dá uma olha nessa seleção que fiz. Detalhe: o mais velho deles tem 32anos.

1- Diego
2- Élder Granja
3- Betão
4- Leonardo
6- Rubens Júnior
5- Zé Elias
8- Léo Lima
7- Roger
10- Pedrinho
11- Rodrigo Tiuí
9- Christian

Novo esquadrão tricolor


O Fluminense apresentou hoje seu quarto reforço para o ataque: Leandro Amaral. Depois de contratar Dodô, Washington e Falcão, o clube carioca pode começar a pecar pelo excesso. São quatro jogadores de peso para dividirem duas vagas na linha de frente. Todos eram as estrelas de seus times em 2007 e é natural que nenhum deles se contente em ficar no banco. Pode, sim, gerar uma competição saudável pela titularidade e é, sim, importante ter elenco numeroso para disputar competições simultâneas.

Mas ter muitas estrelas no mesmo grupo pode trazer problemas ao tricolor, como já trouxe a Flamengo e Vasco, para ficar nos rivais mais próximos. Ano passado, o Flu se deu bem ao contratar jovens pouco conhecidos e com vontade de mostrar talento, como Thiago Silva e Thiago Neves. Na equipe titular, tinha ainda dois meninos de Xerém, que davam velocidade ao jogo: Fernando Henrique e Arouca. Agora, os dois podem perder lugar no time para atletas mais experientes. Pode até dar certo, mas...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Gol brasuca do ano

Pelo chute, pelo adversário, e por ter ficado fora da retrospectiva do globo esporte, o Batistão merece ser lembrado. Foi esse lance, aliás, que deu início à única vitória empolgante da seleção em toda a temporada.

Gol do ano

Fim de ano tem que ter saudosismo

Olha o bonde!


A pré-temporada de 2008 traz novidades e ousadias pouco comuns ao futebol brasileiro nos últimos anos. O São Paulo trouxe Adriano, o Fluminense aposta em Falcão e o Flamengo pretende responder com Ronaldo. O Palmeiras e o Corinthians firmaram os dois maiores contratos de patrocínio da história do país. O Verdão fechou com a Fiat por R$ 21 milhões; o Timão vai receber R$ 16,5 milhões da Medial Saúde. Até então, o Flamengo era o recordista, com um contrato anual de R$ 15,7 milhões com a Petrobrás.

Em 2008, o contrato com a televisão também vai ser revisto e 2009 pode começar com R$ 400 milhões no caixa dos clubes. Tem ainda a Timemania entrando em vigor e uma investida forte dos sites de aposta, que na Europa não só bancam torneios como patrocinam clubes como o Milan. O último bonde pode estar passando pela estação do futebol brasileiro. O São Paulo já subiu e outros como Cruzeiro, grêmio, Inter e Atlético-PR estão com um pé dentro. Pros atrasados, um aviso: não basta apenas ter o dinheiro da passagem.

sábado, 22 de dezembro de 2007

América, américa, américa


A confirmação da contratação do atacante colombiano Falcão Garcia pelo Fluminense é o ápice de uma tendência que se estende a vários outros clubes nesse início de temporada. Por cerca de 5 milhões de dólares, o tricolor carioca tirou de um River Plate endividado sua principal estrela. Há poucos anos, era impensável que um clube com pouca participação internacional, como o Fluminense, comprasse o principal jogador de um gigante como o River.

Contratação como essa era mais improvável ainda porque os times brasileiros historicamente voltaram as costas para as maiores revelações do futebol sul-americano. Do ano passado pra cá, porém, o Palmeiras trouxe o já consagrado Valdívia, o Vasco apostou certo no talento do principal jogador do Universidad de Chile, Darío Conca,o Flamengo também se deu bem ao trazer o argentino Maxi, primo do atacante Messi, e o Náutico encontrou no atacante uruguaio Acosta uma jóia rara.
Para 2008, além do Fluminense, Botafogo, Corinthians e Náutico já anunciaram reforços sul-americanos. Nenhum com o peso de Falcão, mas todos com boas passagens por times da Argentina, Chile e Colômbia.

Aos poucos, se minimamente organizados, os clubes brasileiros podem fazer o que fazem há tempo os mexicanos. Nos anos 1990, eles se estruturaram, reformaram estádios, firmaram parcerias com fortes patrocinadores e conseguem, muitas vezes, roubar jogadores de equipes européias pagando salários ainda distantes da realidade brasileira.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Brasileirinha

Vale a pena rever os lances da Marta na Copa do Mundo da China. Ao som do Brasileirinho, então, as jogadas ganham um toque ainda mais especial.

Palmas para Marta. E para todas as outras


Kaká realmente mereceu ser eleito melhor do mundo, mas a presença da Marta como líder do top cinco da semana é justificável por conta da ingrata realidade. A segunda premiação seguida da alagoana ocorre num contexto pouco diferente da primeira. De lá pra cá, a seleção brasileira foi campeã pan-americana e vice mundial, mas 95% das meninas continuam à mingua. Logo que recebeu o prêmio, Marta deu um pitaco sobre a primeira tentativa da CBF de organizar um campeonato feminino no país. “O torneio teve muitos altos e baixos, mas acho que ainda não é o ideal”, aliviou.

A verdade é que a Copa Brasil de futebol feminino foi uma apressada justificativa da CBF para uma inércia de anos e anos. Após o vice-campeonato das meninas na China, não dava mais para ficar de braços cruzados. Aí a entidade juntou 32 times, fez um regulamento de última hora, organizou finais em estádio vazios de público e cheios de politicagem. Só na partida final, que teve menos de mil testemunhas no estádio Mané Garrincha, estavam: o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o vice, Paulo Octávio, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, o deputado federal Aldo Rebelo, o vice-presidente da CBF, Weber Guimarães, o presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão, o secretário de esportes do Distrito Federal, Aguinaldo de Jesus, o deputado distrital, Wilson Lima e o presidente da Liga de Futebol Feminino de Brasília, Arnaldo Freire.

Enquanto Marta vencia o merecido prêmio em Zurique e Cristiane assegurava sua também merecida bola de bronze, quatro outras atletas daquela equipe comemoram o primeiro título da Copa Brasil já pensando na próxima temporada. Daniela Alves, Tânia Maranhão, Maycon e Formiga, todas da seleção e agora campeãs nacionais por Mato Grosso do Sul, ganham em torno de R$ 1 mil por mês. “Só espero que para o ano que vem tenha um calendário mais longo. A gente precisa de competições porque não tem condições de viver para o esporte”, desabafou Daniela.

Mais detalhes na excelente reportagem do Correio Brasiliense do dia 08/12

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Agentes daqui só vendem

A CBF divulgou essa semana em seu site a relação de agentes de jogadores aprovados nos exames de mês de setembro. São 122 nomes (!). Outras 190 pessoas têm registro de Agente Fifa, consolidando o Brasil como quarto maior mercado para esses profissionais, atrás apenas de Itália, Espanha e Inglaterra, países com os três campeonatos mais valorizados do planeta. O crescimento no número de agentes nesses países tem efeito contrário ao observado por aqui. Lá, eles trabalham para recrutar jogadores e intermediar compras dos grandes clubes, valorizando o espetáculo. Aqui, os agentes se aproveitam da incapacidade dos clubes de manter seus maiores talentos. E com essa média mensal de novos agentes, a mão não deve se inverter tão cedo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Hispânicos não acreditam no Boca


Pesquisa do site da Fifa revela que até entre os internautas hispânicos o Milan é favorito à conquista do Mundial de Clubes. O time italiano tem 49% dos votos, contra 45% dos portenhos. Será que a ausência de Riquelme tirou o ânimo dos argentinos a esse ponto? Sei não. Mesmo sem seu 10, o Boca tem time para encarar um Milan em baixa, assim como Inter e São Paulo encararam Barcelona e Liverpool de frente.

Felipe não se manda


E a manchete do Uol: “Corinthians oferece aumento de 80% a Felipe, e empresário acha pouco”? A proposta do novo diretor-técnico do Timão é aumentar o salário do goleiro de R$ 30 para R$ 54 mil. O empresário Marcelo Goldfarb afirma que o clube e o jogador querem acertar, mas ele ainda vai ver o que se pode fazer para chegar a um acordo. O clube quer, o goleiro quer, mas o empresário não. Adivinha quem vai ganhar essa queda de braço cotidiana no futebol brasileiro? Ou o Corinthians aumenta a proposta, ou vai ficar sem seu único ídolo, pode ter certeza.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Só falta cair na real

Abaixo, videozinho sobre o esperado final trágico da suspeita parceria dos suspeitos diretores corinthianos com a mais suspeita ainda MSI. Olha o bordão: o que vem fácil, vai fácil. Até os dirigentes do Flamengo já aprenderam que não dá pra ficar sentado esperando um mecenas aparecer com uma mala cheia de dinheiro e salvar o time de décadas de péssima administração. Mas os corinthianos precisaram cair pra Série B. Só falta agora cair na real.

O melhor ataque

A seleção do campeonato escolhida pela CBF mostra porque o São Paulo foi campeão. Dos sete jogadores de defesa, entre goleiro e volantes, cinco vencedores são do São Paulo: Rogério, Breno, Miranda, Hernanes e Richarlyson. Daí pra frente, ninguém do tricolor. No ataque, dois jogadores de times que lutaram todo o tempo contra o rebaixamento: Acosta e Josiel. Defesa sólida e ataque no mesmo (baixo) nível dos outros clubes bem posicionados bastaram para o São Paulo ser campeão com dois meses de antecedência. Simples assim.

Tcheco vai, mas já pensa na volta

Mais uma notícia sem sentido desse nosso futebol sem lógica, que é pentacampeão mas perde jogadores de Série A até para as Arábias. O meia Tcheco, que teve uma temporada meia-boca como camisa 10 de um dos clubes mais vitoriosos do ano, o Grêmio, está de saída para o Al-Ittihad, mas já pensa em voltar. Saiu do jogo contra o Corinthians beijando a camisa e tudo. Por que diabos então ele está deixando o Grêmio para passar mais seis meses na Arábia? Dinheiro não explica tudo. Fosse só isso, ele não estaria pensando em voltar depois de seis meses. O problema é que jogador parado num mesmo clube não rende dinheiro a empresários. Realidade de um país que exportou mais de mil pés-de-obra em 2007.

Até tu, Cruzeiro?

Não dá para entender a decisão do Cruzeiro de demitir Dorival Júnior. Apesar de um final de campeonato abaixo da média, o clube fez boa campanha com jogadores inexperientes e pouco valorizados. Júnior apostou no conjunto e na ofensividade, e conseguiu bons resultados. Mesmo com apenas três jogadores entre os 70 finalistas da Bola de Prata da Placar, o clube teve o melhor ataque da competição. A única explicação plausível é que Mano Menezes estará em breve pintando na Toca da Raposa.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O preço de um ídolo


No dia 30 de março de 2001, o Boca Juniors vendeu Riquelme por US$ 22 milhões ao Barcelona. Em cinco anos de clube, o craque havia conquistado três campeonatos argentinos, uma Libertadores e um mundial. Depois dele, outros grandes jogadores passaram pelo Boca, como Tevez, Gago e Insúa, mas nenhum com o peso de Román.

Órfão de seu xodó, há anos o clube tenta de todas as formas repatria-lo, mas enfrenta dificuldades. Na tarde desta quarta-feira, dirigentes portenhos e do clube espanhol Villareal estiveram reunidos por sete horas e não chegaram a um acordo quanto à volta do camisa 10 à Bombonera. Já se falou até que o Boca teria de pagar US$ 15 milhões, mais uma dívida de 6 milhões de Euros que os espanhóis têm com o jogador.

O Boca, como sul-americano que é, não pode e nem quer pagar esse valor. Achou justo, porém, que o Barcelona pagasse o que pagou em 2001. É na hora de comprar que argentinos e brasileiros se dão conta de quanto vale um ídolo. De como o Boca é mais Boca com Riquelme em campo. Assim como o Flamengo era mais Flamengo com Zico, assim como o São Paulo tem a cara do Rogério Ceni.

Um ídolo não tem preço, mas os clubes daqui e do lado de lá da fronteira insistem em quantificá-lo. Não vêem como podem ganhar com os craques o mesmo que ganham os europeus. De como um camisa 10 de alta classe como Riquelme faz a diferença dentro de campo, mas também na bilheteria, na venda de camisas e de cotas de televisão.

Lulinha pode render 12,5 mi a empresário


A nova multa rescisória do Lulinha, do Corinthians, vale US$ 50 milhões. A negociação para renovação do contrato demorou porque o empresário do jogador, Wagner Ribeiro, queria 40% em uma negociação futura. Estranho como, mesmo com a Lei Pelé em vigor há sete anos, clubes e procuradores ainda agem como se o passe continuasse valendo.

Fatiam o jogador como se fosse pizza. E o Wagner Ribeiro ainda queria uma parte maior que a do próprio Corinthians. Pela proposta final, predominou certo bom senso, na medida do possível: 50% pro clube, 25% pro atleta e 25% pro empresário. Quer dizer que, se o Corinthians conseguir vender o recém-promovido aos profissionais Lulinha pela fortuna que está pedindo, Wagner Ribeiro leva US$ 12,5 milhões. É mole?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Empurra a sujeira pra lá


Muita gente se apressou em relacionar a morte de sete torcedores na Fonte Nova com a falta de condições de Salvador – e até do Brasil – de sediar a Copa do Mundo. Outros afirmaram que a análise era equivocada. Afinal, Salvador pretende construir outro estádio e problemas como esse já aconteceram até no Rio de Janeiro – cidade de antemão escolhida para receber a final da competição.

Uma questão, porém, tem que ser vista com mais cuidado. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, imediatamente lamentou o desastre e prestou condolências aos familiares. O procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, afirmou que o Bahia pode perder o mando de campo por até dez jogos e ser multado em até 200 mil reais. O clube defende que não é proprietário da Fonte Nova e não pode ser responsabilizado. O governador do estado, Jacques Wagner, por sua vez, ordenou logo a interdição do estádio.

Acontece que a administração da Fonte Nova é de responsabilidade da Superintendência de Desporto do Estado da Bahia. Antes de ordenar a interdição, portanto, o governo deveria ter visto e corrigido as irregularidades. O Bahia, de acordo com o estatuto do torcedor, é, sim, responsável pela segurança do torcedor nos jogos em que é mandante. O mesmo estatuto determina ainda, em seu artigo 19, que as entidades organizadoras da competição e os seus dirigentes – no caso, a CBF e Ricardo Teixeira – também têm que responder pelo incidente.

Por enquanto, cada um empurra a sujeira pra baixo do tapete do vizinho. E na organização da Copa, em que os estádio vão ser construídos em parcerias de clubes, empresas e governos estaduais, de quem vai ser a culpa pelos problemas, pelos atrasos, pelos estouros do orçamento?

Meninas ficaram na mão



Longe de mim querer desconfiar da CBF, mas dá para acreditar numa entidade que não cumpriu nem a promessa divulgada em nota no dia 02 de outubro de pagar às heróicas jogadoras da seleção feminina premiação similar à dos pentacampeões de 2002 – US$ 150 mil?

Só com a bilheteria recorde de R$ 4,3 milhões do último jogo da seleção masculina contra o Uruguai no Morumbi, daria para pagar cerca de US$ 108 mil a cada atleta.

No último dia 12, em entrevista à revista Veja, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, também garantiu que não vai haver dinheiro público na organização da Copa de 2014...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Copa pra inglês ver


Teixeirão voltou a afirmar que a Copa 2014 vai ser organizada por uma entidade privada e não vai usar um pingo de dinheiro público. Então tá. Mas uma coisa continua me intrigando. Afinal, a Fifa e a CBF tem alguma preocupação em transformar a Copa num evento potencialmente transformador para o país sede? Estão preocupadas com o aumento da segurança, a melhoria de infra-estrutura e do atendimento médico? Ou querem apenas que as seleções e os turistas consigam chegar e sair dos estádios e que os convidados e atletas tenham segurança e acesso a hospitais de qualidade?

No relatório de inspeção das cidades candidatas a sede do mundial elaborado pelos observadores da Fifa, o quesito “hospitais” é intrigante. A Fifa afirma que as cidades avaliadas têm extensa rede de hospitais. E o Havelange, no último e ótimo Dossiê Sportv, se apressou em explicar que a avaliação da entidade leva em conta apenas leitos para atender atletas e delegações. Torcedores e populares em geral que enfrentem filas no serviço público. Em 2005, o Brasil tinha 2,4 leitos hospitalares para cada mil habitantes, de acordo com o IBGE. O Ministério da Saúde recomenda 2,5 a 3.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Torcida pode encher o bolso


Milhares de torcedores do Flamengo passaram a madrugada passada na fila para garantir ingressos para o último jogo do time no Maraca nessa reta final de campeonato brasileiro. Se todas as entradas forem vendidas, os rubro-negros podem quebrar o recorde de público que já é deles. A verdade é que o efeito suspensivo que o Flamengo conseguiu com o STJD para enfrentar o Atlético Paranaense com portões abertos foi uma grande mão na roda para os cariocas, mas dará um colorido a mais a essa reta final de campeonato.

O clube já tem a maior média de público do Brasileirão, com 38.889 espectadores por jogo, e certamente aumentará esse número. Quando analisamos apenas as últimas cinco partidas que o Flamengo jogou em casa, a média é impressionante: 65 mil torcedores por partida. Caso o clube consiga a vaga para a Libertadores – o que ficou mais fácil depois da forcinha do STJD – essa média pode, quem sabe, se manter para o ano que vem.

Uma pergunta, portanto, é inevitável. Como um clube com essa torcida não consegue se organizar dentro e fora de campo? Mesmo na Europa, onde os clubes fazem contratos milionários com a mídia e com os patrocinadores, muitos têm a bilheteria dos jogos como principal fonte de receita.

Um bom exemplo é o Manchester United, clube que teve na temporada passada média muito parecida com a que o Flamengo conseguiu nos últimos jogos. Com 68 mil torcedores por jogo, o Manchester arrecadou R$ 255 milhões apenas em bilheteria – 42% da receita total, acima do conseguido com direitos de transmissão e acordos comerciais.

Claro que o preço do ingresso no Brasil é bem diferente do cobrado na liga inglesa, mas a comparação já dá uma idéia de que, com um time minimamente organizado e oferecendo segurança e conforto para o torcedor – como o Flamengo conseguiu com a reforma do Maracanã e a recente onda de paz-e-amor nos estádios cariocas –, os clubes brasileiros podem faturar alto com bilheteria. Podem, assim, ficar menos dependentes dos acordos nem sempre benéficos com a televisão. E podem, por que não, segurar um pouquinho mais seus Lulinhas e Patos da vida.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Como na Colômbia, Seleção não quis vencer

Parece que os jogadores e a comissão técnica brasileira já perceberam que não precisam vencer todos os jogos para carimbar passagem à próxima Copa. Pouparam-se na Colômbia e puseram culpa na altitude. Agora, mesmo sem altitude, voltaram a passear em campo. Ronaldinho, mais uma vez, apenas tocou bola de lado para esperar o jogo acabar.

Dunga escalou o mesmo time dos outros jogos, mas segurou ainda mais os dois volantes à frente da área e recuou o Ronaldinho para armar as jogadas na intermediária de defesa. Quando precisou mudar o ritmo do jogo, não tinha ninguém no banco. Também, ele preferiu relacionar o Fernando entre os reservas e deixar o Batistão de fora. Aí, não tem Luís Fabiano que dê jeito.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pra que CPMI do futebol?


Os 105 deputados federais que caíram na conversa do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e desistiram em cima da hora de apoiar a criação da CPMI do futebol tiveram, sim, bons motivos. O primeiro deles é óbvio. Uma investigação agora poderia atrapalhar a indicação do Brasil como sede da Copa de 2014. Os concorrentes, afinal, eram numerosos e bem organizados. Outros motivos apontados por dois dos 105 deputados são ainda mais esclarecedores quanto à importância do sepultamento da CPMI.

“A CPMI, às vezes, não cumpre seu papel e serve apenas para dar espaço a alguns deputados que gostam de aparecer na mídia”, explicou o Pepe Vargas, do PT gaúcho, membro de três e suplente de outras três comissões na câmara federal.

O deputado Henrique Alves, do PMDB da Paraíba, foi ainda mais certeiro em sua análise. “Se fosse uma CPI ligada somente ao Corinthians não haveria problema, mas todos sabem que o assunto não iria parar por aí. Todo mundo sabe como uma CPI começa, mas ninguém sabe como termina. Temos mais de 500 jogadores atuando no exterior e, nesse tempo de organização de Copa do Mundo, poderiam descobrir coisas que não seriam muito boas”, argumentou o parlamentar à Gazeta Esportiva.

O que causa estranheza é a reação de seu colega Chico Alencar, do PSol do Rio de Janeiro, que garantiu que o fato de uma CPMI poder revelar muito mais do que assuntos referentes ao Corinthians reforçaria a necessidade de sua criação. E, por acaso, precisa de mais comissão para investigar o futebol brasileiro? A de 2001, da Nike, já não basta para mostrar que cartolas, dirigentes e empresários não têm nada a esconder?

Imagem: edição sobre charge do Mario Alberto

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ideli também está de olho na Copa 2014


No começo, todo mundo quer mostrar serviço. O Senado também avisou que vai ficar de olho nos primeiros passos da organização da Copa 2014. A Comissão de Educação aprovou requerimento da senadora catarinense Ideli Salvatti, líder do PT, convidando o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a dar explicações sobre o mundial.

Parece que Ideli não gostou do fato de Florianópolis ser reprovada na primeira avaliação da Fifa por causa do transporte público. Quem conhece a cidade, sabe que a Fifa tem toda a razão. Quem conhece outras cidades candidatas, porém, sabe que a situação não é muito diferente. E quem conhece a CBF tem tudo pra acreditar que serão questões políticas, e não de transporte, que vão deixar alguém de fora do mundial.

Enfim, a Ideli não gostou e o Teixeirão vai ter que se explicar. Além dela, outros parlamentares querem que o governo tenha poder de decisão na escolha das sedes. O presidente da CBF garante que o governo não vai poder dar pitaco porque a maior parte dos investimentos virão da iniciativa privada.

O curioso é que o projeto da candidatura de Floripa apresentado à Fifa prevê investimentos públicos de R$ 800 milhões e só R$ 150 milhões provenientes da iniciativa privada – principalmente para a reforma do estádio Orlando Scarpelli.
Nesse caso, Ideli talvez tenha razão em se intrometer.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

TCU de olho na Copa?

Uma semana após a escolha do Brasil como sede da Copa de 2014, o ministro do TCU, Aroldo Cedraz, já antecipou que o órgão vai criar um grupo de trabalho para acompanhar toda a organização do mundial.

O curioso é que o TCU já havia acompanhado a organização dos Jogos Pan-Americanos e apontou diversas irregularidades no fornecimento de materiais e na contratação de empresas, algumas delas de apadrinhados do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. O orçamento do Pan passou de 414 milhões de reais previstos para 3,7 bilhões. O TCU até determinou a suspensão dos contratos irregulares, mas a conta caiu mesmo no colo da União.

Agora, Aroldo promete acompanhar a organização desde o início para evitar surpresas ainda mais, digamos assim, surpreendentes. Será?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O oligarca do futebol

Sobre a tão celebrada Copa no Brasil, não deixem de ler a reportagem da Phydia de Athayde, na Carta Capital desta semana. Para pensar sobre o mundial para além das provocações do Lula, dos cabelos brancos do Teixeirão e do misticismo do Paulo Coelho.

O anúncio oficial da Fifa, que confirmou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, não foi surpresa. Até porque, graças a um acordo sul-americano, não havia outro concorrente. Ganhar uma disputa sem que haja concorrência é, no entanto, a menor das tortuosidades do processo que mantém o futebol, e também o País, sempre um passo atrás de suas potencialidades. Receber o Mundial de Futebol é uma honra e também uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico. Mas, ao mesmo tempo, é capaz de mascarar e aprofundar problemas administrativos, principalmente no que diz respeito ao trato com dinheiro público. Infelizmente, este risco é real.
Na íntegra, para os assinantes

Por que "mais que um jogo"?

Uma das frases mais verdadeiras de Nelson Rodrigues serviu de inspiração para esse blog. "Das coisas menos importantes da vida, o futebol é a mais importante delas". Quando disse essa frase, Nelson se referia aos aspectos do jogo, aos domingos no Maracanã, às grandes histórias vividas dentro e no entorno das quatro linhas. Como morreu em 1980, não viveu para ver a ascensão dos empresários, o futebol globalizado, os negócios multimilionários dos cartolas com a mídia e com os patrocinadores.

São esses aspectos alheios ao jogo que fazem com que o futebol seja, cada vez mais, "mais que um jogo". Esse blog vai falar de futebol, do onze contra onze, mas vai focar os bastidores, os dirigentes, os empresários, os patrocinadores. Afinal, faz tempo que o futebol deixou de ser aquele esporte romântico e imaculado - se é que algum dia o foi. Nem por isso perdeu sua beleza e deixou de ser o mais apaixonante dos jogos. Obrigado pela companhia e mãos à obra!